É realmente uma pena que a Atlântida, Cinédia ou Vera Cruz – para ficar nos mais óbvios, dependam exclusivamente da boa vontade estatal para tentar recuperar um acervo jogado ao tempo. Você encontra uma enorme quantidade de material estrangeiro, mesmo os de segunda linha, em condições aceitáveis. Ainda que se leve em consideração o fator econômico, há enorme desprezo com relação à memória audiovisual por aqui. Pena.
# | (0)Problemas em cima da mesa, a melhor época para ir a Cuba ainda é a de El Comandante, não com vistas a uma Disneylândia comunista, mas como um registro histórico – mesmo que pobre, da riquíssima cultura da ilha, antes que tudo vire um Club Med.
# | (9)O calor bíblico pede que seja facultado ao cidadão carioca – e a quem mais desejar – o uso de ventoinhas como o cooling fan dos gabinetes de computador. Os vagões do Metrô de São Paulo possuem enormes ventiladores no teto, inclusive, que dão ao usuário a impressão de estar na CPU.
# | (0)Vem da Manhattan Connections também:
Em 94, para economizar água, o governo americano mandou cortar o volume das descargas. Um aperto no botão consumia 13 litros, mas seria limitado a cinco daquela data em diante. A economia seria, pelas contas oficiais, diluviana: 2 bilhões de litros por dia. As descargas representam um quarto do consumo de água de uma casa.
Os americanos ficaram tristes com suas novas descargas, que nem sempre resolvem o problema numa jorrada. São necessárias duas tentativas, e é preciso esperar o tanque encher para uma segunda vez, praticamente eliminando o propósito original de economizar água. Milhares de americanos começaram, então, a cruzar a fronteira nos fins de semana para comprar privadas canadenses com "descargão". A importação é não só legal, como, graças ao Nafta, sem impostos.
Mais promissor ainda é o novo papel higiênico. Nos Estados Unidos não existe bidê nem o hábito da limpeza com o chuveirinho, apesar do papel mais macio e cheiroso do mundo. Entretanto, muitos ainda não estão satisfeitos, como descobriu, há três anos, a Kimberly-Clark, através de uma pesquisa que revelou 27% dos seus fregueses utilizando as toalhinhas molhadas como substituto do papel.
Que horror.
# | (0)Deu na coluna Manhattan Connections, d'O Globo:
Rafael Montanez pode se queixar de tudo, menos de insônia. O rapaz tomou uns tragos e caiu da plataforma de uma estação do metrô no Bronx. Aterrissou exatamente entre os trilhos e adormeceu. Três vagões de um trem passaram por cima do ébrio e ele só sofreu uns arranhões. Nem assim acordou. Quando abriu os olhos no hospital, Rafael disse que só se lembrava de ter tomado uns dois conhaques.
# | (1)Dia 31/01, o Funk como Le Gusta estará no Humaitá pra Peixe, com as presenças de Gerson King Combo e Daúde. Vai ser porrada.
# | (0)Saio mais tarde e pego o ônibus nas redondezas, com o trajeto alterado, novamente lotado e barulhento. Chego à Cidade e tenho que andar um trecho maior, e encarar uma fila maior. Gritaria, vômitos, um prenúncio.
Há muita gente e o deslocamento é lento. Chego à Tenda Eletro, mas a muvuca desanima, assim como na Tenda Brasil. Sigo para o outro hemisfério do gramado, muito por conta de áreas menos populares. A peregrinação é acompanhada pelo show do Surto. Sem comentários.
Aproveito a densidade menor e flagro o belo final da apresentação de uma banda cubana na Tenda Raízes. Ignoro Deftones e Capital Inicial, no Mundo. O Silverchair bate o ponto, sem emoção, e o Red Hot enfrenta uma contenção sonora – fui informado mais tarde, que houve a intenção de mantê-los baixos para não inflamar a gigantesca massa humana, e evitar um violento Déjà vu da edição mais recente de Woodstock. A ênfase no repertório novo colabora, tornando o conjunto literalmente "desenergizado".
A volta reserva a grande emoção, a paciente caminhada por entre quinhentos ou mais ônibus enfileirados, dois ou três com o meu itinerário – obviamente cheios. Com o passar do tempo, chego à Avenida das Américas, onde encontro alguns dos veículos já em retorno, e já lotados por aqueles tantos peregrinos das redondezas. Consigo embarcar em uma alternativa que me deixa no Leblon. Compro o jornal na Letras e Expressões, e pego o papo de um alto executivo da Warner Music, acompanhado de uma tradutora a procurar notícias sobre os protegidos. Fecho a tampa na Pizzaria Guanabara, e salvo a noite.
# | (0)Será que o progressivo desenvolvimento dos jogos eletrônicos tende a confinar o alcance de nossa imaginação?
# | (0)Trabalhar em preto e branco é mais confortável. Eu definitivamente vou demorar a me adaptar – se isso acontecer – à manipulação cromática.
# | (0)Essa notícia sobre a entrada da Lego no segmento automotivo só reforça uma relação previsivelmente clara entre os brinquedos de cada faixa etária.
# | (0)Talvez chegue o dia em que eu me acostume à disparidade entre o relato e o publicado, no caso das entrevistas. É um duro embate entre o ego e suas pessoas.
# | (0)E não cessará a incapacidade familiar, dos mais velhos, quando de alguma questão técnica relativa aos aparelhos contemporâneos. Um computador, uma tevê que não liga, tudo o que eventualmente requer uma pequena atenção. E você indaga sobre os procedimentos habituais ignorados pela insegurança da própria idade, e que nos fazem inverter papéis. Já havia levado isso para a terapia. Ainda levo de novo.
# | (0)Há sempre um bar ou restaurante do coração, para a maioria das pessoas. Se eu jamais pensei em nomes ou listas, vai tanto pela abertura para os novos paladares, quanto pela confirmação da Majórica no top ten da minha existência. Que maravilha!
# | (0)Tantos atores chineses – e outros geograficamente próximos – comportam-se como pássaros: ou estão impassíveis, ou voando.
# | (0)Na pressa eu termino uma lata de guaraná durante o banho, uma sensação semelhante à da publicidade em qualquer local idílico, como cachoeiras, montanhas... duplo refresco.
Cuidado apenas com o chuveiro, com o charaná.
# | (0)Fará sempre falta a mais sincera, simplória e gráfica figura que já perambulou pelas ruas de São Sebastião do Rio de Janeiro.
Gentileza ainda gera.
# | (0)Editado por Abílio Guerra, responsável por muito tempo pela publicação de arquitetura da Unicamp, Oculum, o Vitruvius é dedicado a arquitetura, urbanismo e design. Só falta um pouco de apresentação, como de costume.
# | (0)Aficionado por cartazes? Procure os antigos da Light, cuja página, aliás, disponibiliza informações preciosas.
# | (0)O ônibus continua servindo bem, ainda que sensivelmente cheio, confirmando, com a fila, o crescimento do público. Opto pela Tenda Eletro, conferindo a presença do compadre Nado Leal. A quantidade de figuras conhecidas dá o tom "Haroldinho".
Cássia Eller faz o bom e velho rock, energizante, seguida pela Fernanda Abreu e seu baile Miami Bass. Dado o histórico de aberturas para atrações estrangeiras em festivais passados, aproveito o Barão Vermelho para me afastar e descansar ao som de RAP, curtindo um bom e velho Geneal.
O grande palco sobra para a apresentação do Beck, compatível com uma estrutura intimista. O resultado decepciona. O Foo Fighters anima, faz pressão, mas não emociona.
Talvez por ignorância ou falta de interesse ao longo dos anos, a apresentação do R.E.M. soa como uma agradável surpresa. Noção de conjunto, qualidade musical, cenografia e organização. Carisma e timing em perfeita sincronia.
A volta, embalada pelo podrão embaixo da ponte, envolve uma longa caminhada acompanhando o estresse daqueles mais afoitos pela saída. O motorista impõe um "pagode ambiente" desnecessário, altíssimo, até encontrarmos o Rebouças parado, fechado sob o boato de assalto. Desço em frente ao Ballroom para fazer hora e aproveitar o último lanche da noite, no Fornalha.
# | (0)Preciso andar poucos metros para apanhar o ônibus para a Cidade do Rock, que segue vazio para o show. É necessário ensinar, porém, o caminho da Barra para os motoristas. Tudo bem.
Calor infernal, distâncias indigestas – a melhor definição para o local. Tudo bonito, belas recepcionistas, aquilo de sempre. Volto dez anos.
Na Tenda Eletro, a apresentação do Grande Circo Popular do Brasil, do Marcos Frota. O picadeiro sempre impressiona – opa. Na Tenda Brasil, a Sandra de Sá. Lamento vê-la, com talento para algo verdadeiramente bom, presa ao pastiche. Nos intervalos do palco principal, o Luiz Melodia – com reservas, Jair Rodrigues – figuraça, e Arnaldo Antunes com participação do Edgar Scandurra – em CD, ainda melhor.
A multidão miraculosamente respeita os três minutos de silêncio, prevalecendo mesmo sobre aqueles anormais, para os quais o intervalo é sempre um convite ao barulho, ao hino do time, aquelas coisas. A OSB faz sua parte, ainda que no limiar de uma lembrança da Electric Light Orchestra e seus álbuns de "clássicos do rock", abrindo caminho para o rasante dos aviões antigos. Bacana.
Não é a ocasião ideal para o meu-primeiro-show do Milton, um tanto desconfortável para um palco daquela dimensão, competente e sem emoção, como Gil. James Taylor faz sua apresentação "James Taylor", e mata uma vontade antiga. Aproveito a Daniela Mercury para descansar sentado na grama, mas admito que alguns novos arranjos, mais funkeados, soam bem. Quanto ao Sting... quem perdeu, perdeu.
# | (0)Se realmente ocorrer tudo o que foi discutido ontem na reunião do Freak Show, o evento honrará mais do que nunca o nome.
# | (0)Espero não mais ter que voltar às já finalizadas páginas do Design de Bolso. A correr bem, o danado finalmente sai no fim de janeiro, com direito a uma festa no Rio e o lançamento conjunto com a Tupigrafia em Sampa. Conjecturas.
# | (0)O remendo agora é mais fácil. O Centro Tianjin de Desculpas e Presentes, em Tianjin, China, oferece, além do serviço (US$ 2,50), avaliações de níveis de estresse e grupos de apoio para jovens (US$ 2,50 a US$ 3,75 por sessão), ou a oportunidade de aliviar a tensão malhando um grande manequim feminino de cabelos loiros, com um bastão, por cinco minutos (US$ 1,25).
Os vinte empregados da empresa, que entregam os pedidos de desculpa, são homens e mulheres de meia-idade, advogados, assistentes sociais e professores, com "habilidade verbal excelente" e experiência de vida significatica, que recebem um treinamento adicional em aconselhamento.
Que coisa.
# | (0)- In concert... Carnegie Hall: Dizzy, Bird, Getz
- Art Blakey's Jazz Messengers – Hard drive
- Bird & Fats: Charlie Parker Quintet Live at Birdland 1950
E também o primeiro volume da série Repertório Rádio Mec.
# | (0)Para os interessados em fotojornalismo, e para os antenados em fotografia digital.
# | (1)Mini CD: R$2,50. DVD Player portátil com tela de cristal líquido widescreen, compatível com as 6 regiões: R$1.600. Câmera Mini-DV JVC: R$1.600.
Descobri um stand que grafita camisas na hora. É uma boa opção para decorar as paredes do futuro novo escritório. Coisas da Saara.
# | (0)Uma rua qualquer em São Paulo. Estudantes ginasiais:
– "Você sabe o que é um buraco negro?"
– "É um negócio que engole tudo, não é fraco não!"
Não seria sensacional se todo o conteúdo escolar fosse elaborado com a ajuda popular?
# | (0)"A poesia é como uma partitura." foi a observação certeira de um bibliófilo cujo nome infelizmente esqueci, no programa Vereda Literária, da TV Cultura.
# | (0)Alguém estava num dia ruim ao criar o conceito de "família".
Poderíamos ser ovíparos, não? Mas um ovo pequeno, claro, para não cortar o barato de muita gente.
# | (0)Os pais podiam sumir.
Abdução, criogenia, teleporte, qualquer coisa. Vem do mais profundo e sincero recanto deste coração, o desejo para que desapareçam pelo menos por um ano. Essa convivência adoece.
# | (0)Caminhadas, Lagoa, calor infernal. Que o esforço valha, pelo menos, para que as camisetas coloridas não sugiram a ingestão de um iMac.
# | (0)Hoje também deve marcar o início da formatação do meu projeto Djalma – Alma Digital. Colaborações?
# | (0)Preciso tirar o dia para colocar em ordem, passar a limpo e organizar ao menos uma parte de meus textos.
Ou a minha vida, ao que parece.
# | (0)A fumaça do incenso apresenta outro comportamento, dissipando-se em uma longa espiral. Que seja um bom indício, já que a mesma tem mantido afastados os vultos, que até bem pouco tempo teimavam em aparecer nesse quarto.
Aliás, descobri a embalagem de um quilo. Muito interessante.
# | (0)Primeiro a UFRJ acena com a possibilidade de voltar a ser UB – Universidade do Brasil. Agora, ao que parece, o Circo Voador vai ser reativado.
A boa é comprar logo um Gordini.
# | (0)Estabeleci, aliás, um ritual inconsciente para a virada. Nos últimos três réveillons eu tenho degustado a boa e velha iguaria latina, o churro.
Não sei quanto ao resto, mas o gosto basta.
# | (0)Não gosto da culinária de fim de ano, mas devo confessar a colisão com uma mousse de chocolate Freudiana no réveillon. Remexeu profundamente todo o emocional. Se eu repetisse uma terceira vez, voltava à posição fetal.
É um perigo.
# | (0)Seis dias afastado, possivelmente o maior período de ausência nesses três anos. Preciso de uma viagem, urgente. Se não conseguir Amsterdam, topo até Maricá.
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