E aqueles institucionais de fim de ano, destilando longos textos sobre as belezas do mundo, da relação social ou a beleza de ser brasileiro, besuntados de clichês e imagens dos mais previsíveis image banks? A mesma narração, ou pior, a mesma voz. Igual.
Que horror.
# | (0)A realidade não pode ser pior que a imaginação. A não ser para o motorista de um Trio Elétrico, para o assistente de palco do João kleber, o cameraman do Sérgio Mallandro, o maquiador do Gugu, o professor do Alexandre Frota, o garçom do Castelo da Caras, o diagramador da G Magazine, o... enfim.
# | (0)Uma empresa desenvolveu o CD que "apodrece".
Se eu fosse presidente de Major, acionava o INPI.
# | (0)"Só devemos escrever acerca daquilo que gostamos."
Ernest Renan.
Lembrar da obrigatoriedade d'A Voz do Brasil só confirma nosso subdesenvolvimento.
# | (0)Uma das correntes preferidas em BBS, a suposta divulgação de fórmulas consagradas – como a Coca-Cola – ganha maiores e melhores fundamentos graças à Internet. Vejamos.
Nas palavras de um executivo, sobre o livro que prometia revelar a composição Merchandise 7x, mais bem guardado segredo da indústria de refrigerantes:
"Se você souber a fórmula, gastará tempo e dinheiro para reproduzi-la. Perseverando, poderá lançá-la comercialmente com um nome que não terá impacto frente ao existente. Se ainda assim prosseguir, nós o processaremos."
Recado melhor, só a clássica "nota" sobre os direitos autorais da marca Hells Angels, publicada em jornais alternativos há tempos. Dava medo.
# | (0)Não apenas os Raelianos, mas a CEDAE também propõe a clonagem. Elementos unidos sob pressão em uma gigantesca pipeta – outrora emissário submarino – dão origem a centenas de celebridades. Aproveitando a maré, boiam de imeditato em direção à Ilha de Caras.
# | (0)WTC steel to be used in new warship ou Como descobrir militares cinéfilos.
# | (0)O mundo fica previsivelmente estranho ao considerar diferente ou deslocado aquele que não consome lícita e ilegalmente em quantidades socialmente "definidas".
Estigmas de modernidade e rótulos estilísticos predam perigosamente a liberdade, ingênuos à imagem do direcionamento conservador.
# | (0)Cultua-se em algumas cidades como São Paulo, a pintura em zebra do meio-fio. Alguma utilidade real, face o trabalho hercúleo? Não seria o caso de redirecionar para escolas e demais instituições públicas?
# | (0)"Quem foi o cafona que roubou a chave da porta?"
"Você não pode se revoltar, só porque mataram a sua família."
Flagrantes parciais da maratona do Odeon, fechando o ano em: Spider – Desafie sua Mente, de Cronenberg, que não disse a que veio, Todas as Mulheres do Mundo, autobiográfico de Domingos Oliveira com a sensualíssima Leila Diniz, e Tortura selvagem – A Grade, elenco à semelhança de Chaves interpretando Miami Vice, pastelão assumido cujo roteiro e técnica dementes potencializam o adubo. Transcende o ruim, o grotesco. É vanguarda. Ou não.
Imperdíveis, as madrugadas no Odeon.
# | (0)Os anos 80 levaram a sua marca, inquestionável e unânime com exposição sem paralelo. Vieram então o conformismo egocêntrico, isolacionismo e paranóia em vídeos e efeitos inversamente proporcionais ao conteúdo.
Hoje em dia, coitado, vive à sombra do passado, ainda confuso com as implicações de seus devaneios.
Michael Jackson, ou Hans Donner?
# | (0)"Um soneto sem defeito vale por si só um longo poema."
Nicolas Boileau.
Carequinha, quando infância e criança eram sinônimos.
Ps.: Que há duplo sentido em algumas letras, há.
# | (0)Festa a Fantasia na esfera atual – ou pelo menos o que testemunho – foge ao barato proposto, entrando no mérito – qual? – da falsa caracterização, da roupa-branca-para-sair-de-médico, entre outros. E a surpresa? Quando veremos suntuosos trajes de disjuntor, trackball, chaveiro, comanda, pedra-pome, transístor, cartucho inkjet, radiador, tecla F9 ou, para liberais, um Hub USB? Ui.
O importante é que a nossa esculhambação sobreviva.
# | (0)Há tempos nada ouço ou leio a seu respeito, mas ainda assim retorna o encantamento com a Ithamara Koorax. Nos dias 3 e 4 ela aporta no Mistura Fina, e lá estarei para admirar seu audiovisual. Se é que fui claro.
# | (0)Na Finalizadora:
– "A captura do frame pode ser feita nessa resolução com o Telecine HD, depois exportamos para o Inferno e, finalmente, para o Photoshop. O problema é que não temos o Photoshop."
Como assim?
# | (0)Insone, continuei a eterna arrumação dos impressos. Dada a variedade e particularidade, flagrei-os para soltar aos poucos.
Sabbá – aquele, da Syang – fecha com a CNT um programa de auditório em rede nacional. Deve estrear também um horário na Jovem Pan.
Vou ali ler um livro, o Apocalipse.
# | (0)O sócio levantava aquele clássico dos contos de vigário, aparelhos que vendem seu calibre sonoro na casa dos PMPO – potência de pico – cuja numeração impressiona. Daqueles milhares de watts, na conversão, obtém-se dezenas em RMS, a chamada real. É tragicômico.
Lembra muito aqueles releases dos grandes shows, alardeando sabe-se-lá-quantas toneladas de som. Ainda preparo um woofer de concreto para impressionar, então.
# | (0)Há tantas, lindas, e delas o raro exemplar do sorriso explosivo, perigosamente convidativo, inexplicavelmente explícito. Fort Knox, o trilátero compreende seus lábios e algo, muito mais. Quando sorrisos são notações musicais. Raras, explodem e arrepiam meu poros à distância. Ano? Safra.
# | (0)31 de julho de 1811
Meu Senhor
Em resposta à consulta de Vossa Excelência com respeito aos mármores recolhidos por Vossa Excelência em Atenas e cuja autorização de transporte para este país eu fui incumbido pelo Secretário de Estado de Relações Exteriores de requerer do governo turco, tenho a informar a Vossa Excelência que seu ajudante, o sr. Pisani, mais de uma vez me alertou que a "Sublime Porte" (como os europeus chamavam o governo otomano) negou absolutamente que vós tenhais qualquer propriedade sobre esses mármores. Por essa declaração, eu entendo que a Porte queira dizer que as pessoas que venderam os mármores a Vossa Excelência não tinham nenhum direito de vendê-los. Ao mesmo tempo, eu peço a licença de acrescentar que esta comunicação não me foi feita em nenhuma conferencia formal com os ministros turcos.
Tenho a honra de ser o mais leal e humilde servidor de Vossa Excelência
Robert Adair
Esta carta, recém-descoberta, do embaixador inglês em Constantinopla para lorde Elgin, o homem que pilhou obras da Acrópole (reivindicadas pelo governo grego), foi leiloada em novembro na Inglaterra e revela que britânicos sabiam que não tinham autorização para levar as peças.
Carlos Haag, para EU&.
# | (0)E no oitavo dia ele criou – parte 2:
_ O Café.
_ O Cafuné.
_ O Chocolate.
_ O Abraço.
_ O Som do Mar.
_ O Vento.
_ O Cheiro do novo.
_ O Aplauso.
_ O Chopp gelado.
_ A Carne seca
_ O Bate-papo.
_ A Realização.
Aflige na maioria das mensagens natalinas a redação dos desejos e dramáticos gêneros de piedade, devoção e arrependimento, onde brota um aroma testamental, como um alento antes da partida. Soa macabro, eventualmente.
Quem entende, entende afinal. Estranha perpendicular entre bom e mau.
Ps.: O natal não é um keyframe.
# | (0)O nobre Maurício provoca, de Londres:
E o calor aí? Rapaz, vou te fazer inveja agora: São 3 horas da tarde e estou em casa com o aquecimento ligado. Deve estar fazendo uns 7 graus lá fora. Que delícia!!! Essa história de que o frio é uma merda, não colou em mim ainda. Pode ser que na hora que piorar muito e estiver no segundo mês de inverno brabo, eu mude de idéia, mas até o momento não sinto a menor falta desse calor insuportável do Rio. Se fosse pra ficar na praia vendo mulher e tomando cerveja, não acharia ruim, mas dentro de um ônibus num engarrafamento no Catete, hein? To fora!!!
:))
# | (0)"Minha maior crítica é que hoje as escolas de samba são um espetáculo musical com música ruim. As pessoas cuidam de todos os detalhes do espetáculo, tudo muito bonito, mas a música, que seria a motivação principal, é mal-feita. É a decadência do samba-enredo, é apelação."
"Trabalhei durante muito tempo com jingles. Os sambas-enredos viraram jingles feitos por gente que não sabe fazê-los."
Nei Lopes.
A digitação nos distancia da arte caligráfica, mas é sempre um prazer descobrir em alguém próximo, tão belo traçado. Repare o "H", por exemplo.
Lu, você ainda vira uma fonte Tipopótamo.
# | (1)Pego a deixa cuja fonte me falha, e aplico aos festejos: é melhor que o Gil ganhe de natal a caixa com a sua discografia. Nos valores atuais, é improvável que o salário ministerial permita.
# | (0)Vale o sobrenome prolixo para a moda, o Show Business. Ou espera-se encontrar na Vogue uma "da Silva"? Nem sobre os ossos de Pierre Cardin, claro.
Passarela, só a do Planalto. A que realmente interessa, aliás.
# | (0)Anunciando-se época de paz – como fosse obrigação circunstancial – lembre das vítimas do terrorismo econômico e governamental, cidadãos e soldados ignorantes atirados à fogueira das vaidades em nome de um líquido negro, que não é Coca-Cola.
# | (0)O eletrônico "bate-estaca" é uma acupuntura neural à base de martelos.
# | (0)"Trata-se de uma operação comercial. Jabá é um dinheiro por fora. A rádio emite nota fiscal, portanto, é uma operação legal. Se a gravadora quer que eu corra o risco de tocar um músico desconhecido, tem que pagar por isso."
Marcos Libreti, diretor do Sistema Globo de Rádio.
Que visão.
# | (0)Fechando em definitivo, outra apresentação do Eduardo sob os auspícios de Dwitza, no histórico palco do Rival. Boa companhia e som, infalível. Estranhei a pequena dose de bate-papo ao microfone, mas não houve comprometimento do clima intimista. Poderia sim reduzir aquele exagero de vocalises, ou substituir por letras. Gostando ou não, é mais interessante ouvir o inteligível.
Azeitados pela sequência de shows, há novas sensações sob as feras Renato "Massa" Calmon, uma grata e rara bateria nacional, Alberto Continentino em baixos elaborados e Rafael Vernet com a cama e os solo nos teclados, estes partilhados com Ed, que ainda encara a Telecaster.
Entre e Ouça continua como na apresentação do Mistura Fina, elaborada, energética e prazerosa. Pout-Porri em revisões – como Manuel – são novamente vez bem-vindos pela ótica dos arranjos sofisticados, nivelando o cool-pop. Desenterrou-se até Ainda lembro, dueto com Marisa Monte, sem grandes novidades ou prejuízos.
Notas para a direção do Rival: resolvam o estranho odor (esgoto?) que permeia o ambiente há tempos e, por favor, ofereçam cerveja escura. Grato.
# | (0)– "Você foi má, e merece castigo!"
– "Ai, calma, hmmm..."
Acorda a casa inteira, o Papai Motel.
# | (0)Nome e endereço do autor do logotipo Tim, por favor.
Precisamos conversar, ele e o meu 38.
# | (0)Trancafiaria criminosos em reformatórios – musicais. A melodia dignifica e recompõe a alma.
Água fresca, música, papel e caneta. É tudo que preciso.
# | (0)Deixemos para os tribunais do merchandising a consciência coletiva, Velho Noel. Se ainda assim houver interesse de sua parte, aceito de bom grado mil, mil e duzentos quilômetros de distância.
Na impossibilidade de muitos, pelo menos de minha mãe.
Grato.
# | (0)Estranharia quando não soltassem a fatídica "Que programas vocês usam?".
Antes, e agora: prefere-se o silêncio, que lançar tal bobagem. A frequência impressiona.
# | (0)Viu a iluminação especial da barragem de Itaipu, suficiente para uma cidade com quinze mil habitantes? Música e tudo mais, um espetáculo com entrada franca, francamente.
Um belo exemplo estatal para quem viveu o racionamento e, desde então, o seguro-apagão. Mais uma conquista Esbanjobras.
# | (0)Abonado, a vingança:
Montar uma agência com os desafetos medianos, e uma produtora com os de primeira ordem. Torná-los interdependentes.
Crueldade máxima.
# | (0)"Acabaram os gênios, a técnica tomou conta dos músicos."
Jorge Guinle, o Haroldinho do Jazz.
Da Agência O Globo:
A Nestlé, o principal grupo do ramo de alimentação do mundo, não perdoa dívidas. Sua filial alemã (Nestlé Deutschland AG) reclama US$ 6 milhões, ou o equivalente a 0,007% de seu faturamento anual, das autoridades da Etiópia, país que enfrenta uma grande onda de fome e é açoitado pela seca e pela crise do mercado de café.
O grupo suíço quer ser compensado pela nacionalização, em fevereiro de 1975, da Ethiopian Livestock Development Company (ELIDCO), que ocorreu depois do golpe militar de setembro de 1974. A Etiópia hoje tem a mais baixa renda per capita do mundo (US$ 100). (...)
Desnecessário comentar. Lembre-se da atitude corporativa na próxima vez em que for às compras.
# | (0)Esboço o trauma com a Oi. A lista aumenta.
Dois dias enfurnado na produtora – máquina e cuia – por um lettering dos mais tolos, enviado, reenviado e viado por conta da agência. Paciência. Cores mal informadas, prazos einsteinianos e estresses em doses paquidérmicas, sobrando como de praxe para a equipe de finalização, exaurida pelos caprichos alheios. Escala de fazer inveja a plantonista.
Salvo pelo anonimato na interferência da não-criação, livro-me de qualquer vaia no cinema. Basta o orçamento.
Ps.: Pelas tantas, olhando as crianças que assinam os filmes, imaginei-as sapecando um simpático "foda-se" em lugar da empresa. Guardo meu direito à esculhambação, dos poucos prazeres.
# | (0)Não era a primeira vez que tentava casar, mas ela escapara, de noivo.
# | (0)Emputeço quando vejo a mídia em ironias pouco ou nada sutis sobre regiões menos abastadas, principalmente norte e nordeste nacionais. Preconceito babaca, pleonasmo à parte.
Quando no exterior ridicularizam-nos, subimos nas tamancas, gritamos como macacas no cio e exigimos retratação. Dois pesos, duas fedidas.
# | (0)Ex-contratados, excomungados, citações... estranharia se a Globo controlasse a RedeTV, uma emissora de segunda linha, tevê-estágio ou repetidora de arquivo? Video-Show. Aproveitando o final do prazo para exercício de concessão UHF, é prevista em breve uma nova rede, incorporando parte da programação Globosat. Olho no tabuleiro.
"Filiada" remete à pronúncia de uma ofensa interrompida.
Baideuei, aflige pensar que o maravilhoso acervo da Rede Manchete apodrece dentro do edifício-lápide, na Rua do Russel. Que (m)(p)erda.
# | (0)Gilberto Gil no Ministério da Cultura soa plausível como um taxista no dos Transportes.
# | (0)Melhores são os velhos garçons, não resta dúvida. Somente a experiência explica o timing.
Chega a ser religioso, veja. E o dízimo?
# | (0)Vai contra a Convenção de Genebra, privar-se da abertura de um equipamento novo em sua própria casa.
# | (0)"Os EUA são o quartel-general que espalha a anomalia, a degeneração, a violência e a cultura do sexo corrupto do fim de século."
Secretariado da Comissão para a Reunificação Pacífica da Pátria Coreana.
Postura soberana é tudo.
# | (0)Domingo à noite, você começa a sentir o cansaço por antecipação.
# | (0)E o Mistura Fina, que saiu na relação das cem melhores casas de Jazz do mundo, pela Down Beat?
Há mais de cem?
# | (0)Queria entender ainda os inúmeros estrangeiros em roupas cáqui, aquele "Safári Esporte Fino" pelas ruas. Será o resquício colonizador? Enquanto promoverem passeios turísticos em jipes que remetem mais às savanas africanas, nada será por acaso.
Uma bela e torneada loura desfilava o modelo na Livraria da Travessa, a bem da verdade. Nota máxima em harmonia, enredo e comissões – frente e costas – minha albina porta-bandeira chamava também pelo simpático rabo-de-cavalo, fetiche dos mais simplórios nesta persona.
# | (0)Na casa de máquinas celeste, o botão Família ladeia o Maldição. Gastos com o tempo, você sabe, às vezes alguém tecla errado.
# | (0)Quando o padeiro, trocador ou mesmo aquele displicente guardador de carro questionar a história do Suriname, recuse o constrangimento aqui, ali ou acolá.
Chega de alienação.
# | (0)Caos, insegurança, crise, tráfico, terrorismo, indigestão e gases?
Sigo olhando à frente, produzindo e acreditando. Suar é preciso, deixando o pessimismo a cargo da filtragem real. O resto é boato, alarmismo e discurso derrotista, elementos mais que estocados no obituário social. Harmonizar o microcosmo é fundamental para a defesa coletiva.
Trabalhando consciente, o futuro não há de negar bônus.
# | (0)Falta inventarem uma fragrância cuja essência seja o "novo", exalando aquele aroma do recém-produzido. Loucura.
Mas há outras igualmente importantes, claro. A lista não seria pequena.
# | (0)Triste o pavor que inunda a cidade como as chuvas de verão. Um acidente que interrompe o tráfego no elevado e a atitude de quem retorna pela contramão, desencadeiam o tumulto pelos rumores de assalto, arrastão e demais "atrações" da noite cotidiana.
A síndrome de pânico está acabando com a população.
# | (0)Saia de-baixo, o assunto é grave. A divindade Stanley Clarke fez seu pouso para levar ao ATL Hall aquele clima intimista do Mistura Fina. A reforma da casa trouxe mais conforto e hierarquização dos lugares, ainda que tenha prevalecido a arquitetura-decorativa-aérea de multiplex – ou alguém nega que todo UCI-Cinemark-congênere lembre um terminal aeroportuário?
Monsieur Clarke escandaliza em timbres e variações entre o elétrico e o acústico – tocado com a tranquilidade e a leveza de um cavaquinho – abrindo espaço para os violentos Gerry Brown na bateria, Nick Smith e Mark Stephens nos teclados, e o camaronense Armand Sabal-Leco, pupilo de primeira ordem.
Outro grande momento, fechando com Clave de ouro um ano dedicado mais à qualidade, que à quantidade. De Marcus Miller, Ron Carter, Chivas e Jambalaia Jazz a Rush e Stanley Clarke, há poucos anos seria utópico o roteiro, ao que reverencio em nome da sorte: amém.
# | (0)Demoro a digerir a mudança no logotipo do Jornal do Brasil. Cento e onze anos pedem rituais, pompa, circunstância e estudo para quaisquer alterações, ainda que mudanças gráficas e editoriais avançassem sorrateiramente no último par de anos. Idas e vindas de projetos, estudos estrangeiros e tiros n'água que deixaram às mãos – corre a boca – de um ou tantos funcionários antigos.
Há melhora, mas a evolução é um pavimento entre atitudes e objetivos diretos, exigindo intervenção especializada sem tendência ou moda-démodé, quero crer.
É louvável ordenar aquilo que remetia diretamente à penúria da redação, mas o logotipo? Jackson nos ensina quão delicadas são as intervenções faciais, mas pouco restou à nobre Clarendon, a não ser o fundo de garantia. Lembra o Banerj, cuja Lubalin foi igualmente extirpada às escusas da contemporaneidade. Serifas egípcias não andam em boa fase.
# | (1)"Pô, caramba! Pô!", repetia efusivamente.
Aos ouvidos do filólogo desatento, um chamado Yanomami.
# | (0)A do repente é uma revista em PDF. Ela será "lançada" no dia 13 de cada mês. Simples assim: dia 13 você vai até o site, baixa o arquivo (se quiser, imprime) e lê.
Essa peculiar revista também possui algumas excentricidades. Ela sempre é feita em cima de uma proposição. Um vocábulo ou expressão é dado como tema para escritores, fotógrafos, ilustradores, tico-ticos no fubá ou curiosos que queiram participar do "repente".
Vale a leitura, contribuição ou mesmo um puxão de orelha no Kazi, que precisa melhorar aquele projeto gráfico. De minha parte, uma página sobre o fiofó dos pequenos homens. Enjoy.
# | (0)Em uma ligação, quando toca o outro tel:
– "POR GENTILEZA, QUERIA CONFIRMAR A INFORMAÇÃO DA PRIMEIRA FOLHA DO FAX..."
– "Hein?" (interrompido)
– "O MATERIAL É O Nº..."
– "Olhe, acho que é engano."
– "AÍ É XXXX-XXX9?"
– "Não, é 3."
– "É DO INSTITUTO NACIONAL DE EDUCAÇÃO DE SURDOS?"
– "Não, é engano."
– "DESCULPE, BOA TARDE."
Pelo volume de voz do rapaz, quase requeiro matrícula. Ainda lanço o Instituto Nacional de Educação de Surtos.
# | (0)Se é a Microsoft que me afasta do PC, ou o OSX que aproxima da Apple, não sei.
Mas a transição é fato.
# | (0)Quando nada mais o surpreende, ela diz que a voz lembra Tele-Sexo.
# | (0)Sugestão de monumento às torres gêmeas? Um avestruz de quatrocentos metros com a cabeça mergulhada no Hudson, para começar.
Um exercício de vergonha na cara para os manda-otários nortistas.
# | (0)Já um clássico matemático, alguns links para o Problema de Monty Hall.
# | (0)Acomete-me o gosto, prazer ou vontade à revelia do meio comum, a sensação perene com a saga de Star Wars, preterida desde cedo pelo universo de Gene Roddenbery, mais denso e de enredo relativamente maduro. Entre o Robô-mongo e o Vulcano-pernóstico, o segundo fala mais à simpatia – que ironia – naturalmente. O infantilismo conceitual de Lucas, maniqueísta e tolo como o vasto contingente médio americano – e ponha mediano aí – sugere um plágio caricato, previsível à moda yankee de salpicar chorume em acetato. A tecnologia pode colaborar no exercício retórico, mas nada muda até o momento – e vivas à ironia!
# | (0)"Eu escrevo para libertar o meu cérebro, não para atravancar o dos outros."
Louis Scutenaire.
Thunderbird, João Gordo e Ferrugem... a competência não dita. A MTV é um Retiro dos Artistas às avessas.
# | (0)E no armazém da condescendência, ele trocava fardos por abraços.
# | (0)– "E o Senhor pretende pagar à vista?"
– "Se houver alguma vantagem, prefiro o esforço."
– "Irei consultar a gerente, e retornarei em seguida."
(Uma hora depois)
– "Senhor, já tenho a oferta. Ela autorizou abater dois porcento."
(Silêncio)
– "Desculpe, não entendi. Poderia repetir o valor?"
– "Dois porcento, senhor."
– "DOIS?"
(Dois ou três minutos de impropérios)
– "Mas o que o Senhor gostaria, então?"
– "Um desconto, SENHORA."
– "Mais que os dois porcento?"
– "Sim, SENHORA."
– "Vou retornar, e verei o que posso fazer."
(Cinco horas depois)
– "Senhor, conversei novamente com a gerente."
– "E..."
– "O máximo que posso oferecer é quatro porcento."
– "Ah, QUATRO?"
– "Sim senhor."
Um dia apenas, que tal? Modelos posariam como turistas, e esses como profissionais da moda. Para quebrar o comum no ramo da pose artificial, vale o inusitado real.
Engraçado ficaria, admita.
# | (0)Nem ou mal ouvi Tribalistas, mas o suficiente para arriscar: nada acrescenta, algo cuja inexistência seria indiferente. Culpa da mídia, dos autores, do conjunto da obra? Separados fariam melhor, é fato. Enquanto ausência, insuficiência e inoperância, que tal rebatizar: Ricota.
# | (0)Terça-feira turbulenta pela partida do caríssimo Alê Faljone, editor da Simples?.
Terrível, triste mesmo.
# | (0)Cotias e Pavões cuidam do Campo de Sant'anna, frente à maravilhosa nova estrutura do Arquivo Nacional. Protetores? Gárgulas à moda carioca.
# | (0)Pesquisa da Unesco revela, entre outros, que 31% dos moradores da Zona Norte carioca jamais foram à praia.
Vixe.
# | (0)Convivemos eu e os felinos da rua em estado pacífico, excetuando aqueles terríveis e ruidosos períodos de cio – deles. Dia desses dei com um em frente à porta de casa, tarde da noite. Novidade ou não, foi o primeiro estrábico do qual recordo. Curiosíssimo.
# | (0)"No Brasil a mulher não envelhece, fica loura."
Adriana Pitiglianni, pela sabedoria popular.
Algum problema com o episódio dos Simpsons em Pindorama? Crítica plausível e bem-vinda em alguns momentos. Conhecimento de causa, ironia e ignorância em doses compreensíveis, onde o roteiro insípido não compromete o saldo positivo.
Estranharia a insinuação gay das personagens masculinas, mas ao lembrar que o referencial é a Copacabana turística, calo-me.
Convenhamos, já é lucro não grafar Rio de Janiero.
# | (0)A propaganda do Hair no more é, provavelmente, o que de mais bizarro foi veiculado nos últimos tempos.
# | (0)E no oitavo dia ele criou – parte 1:
_ A Batata.
_ O Pão.
_ O Pão de Batata.
_ O Queijo.
_ O Pão de Queijo.
_ A Nha Benta.
_ O Layer.
_ O Batch e a Action.
_ A Calça de couro feminina.
_ O Ar refrigerado.
_ A Massagem no pé.
_ O Cheiro e o sorriso dela.
Encontrando tradução para um questionamento antigo:
"Há tempos, em seu devido tempo, saudei o centésimo aniversário – ele vivo – do Dr. Barbosa Lima Sobrinho, brasileiro exemplar. Mas, por favor, não me peçam para saudar nenhuma pessoa morta que comemora seus 100 anos. Depois de morto qualquer idiota faz 100 anos."
Millôr Fernandes.
Como é bom encontrar eco.
# | (0)A proliferação do Panetone remete ao picles no McDonald's, algo pessoal, intragável.
# | (0)Junto os CDs do Incognito, saudoso da apresentação no Free Jazz. Corro à página e vejo o disco novo, tinindo. Participação do Eduardo, admirador confesso da banda, aliás.
# | (0)Questionei antes, e novamente: por quê o lançamento fonográfico carrega a sublinha referencial? Qual a necessidade em rotular "Nova Madonna", "Novo Elvis", para ficar apenas nos mais gritantes? O lastro é daninho para a carreira.
# | (0)Passo em frente à Kopenhagen, sinto o aceno e miro a vitrine. Não viram os outros, mas aquela Nha Benta requebra maliciosamente como um chamado sensual, convidativo e provocante. A pequena morena explode em forte apelo à sedução, mas resisto bravamente.
Sigo por outra calçada, na próxima.
# | (0)Há sentido no apreço pelas apresentadoras? Sorridentes, sensuais e informadas, fundamentalmente. Precisa mais? Um plantão lá em casa.
# | (0)"Quem vive de referência é doméstica e publicitário."
Roberto Berliner, pela sabedoria popular.
Ignorante em balística e defesa pessoal, ouso cogitar: o traslado para o depoimento do Beira-Mar chama a atenção acima do recomendável, imagino. No Fórum, nobres soldados do batalhão "especial" acompanham o bandido, portando fuzis.
Exaustivamente afirmado à época do episódio com o 174, da inoperacionalidade do armamento pesado em situação de abordagem, seria exagero supor que um atirador de relativo manejo com uma pistola de grosso calibre, desestabilizaria o esquema? Se a posse ali diz mais à demonstração de poder visual, o que esperar do raciocínio operacional da corporação?
Na hipótese circunstancial, o passado não tranquiliza. Visoramas abertos, por via das dúvidas.
# | (0)Trabalho acadêmico, 1996.
Foto: Cláudio Reston.
Modelo: Sim.
Quando o Renato Aragão comenta em seu programa, que a montagem fotográfica é obra do Photoshop, convém refletir.
Já é hora de separar designers de trapalhões.
# | (5)"Os ricos deveriam ser gratos a uma dádiva inestimável. Eles têm o poder, durante suas vidas, de se ocupar da organização de ações beneméritas das quais as massas de seus semelhantes extrairão vantagens duradouras, dignificando assim suas próprias existências."
Andrew Carnegie, apud John A. Byrne, Business Week.
Em rápida pesquisa para concluir uma paródia de Guerra nas Estrelas, um mar de relevância:
Experimente o Star Wars name generator, ou Star Wars astrology, Star Wars Blooper Guide, The Star Wars Liquor Store – Open All Night!, The Star Wars Pants Page, Star Wars Spankings e Star Wars TIE Fighter 3DS Projects In Work #1, 3D MeshWorks, 3DS, NASA, Reference Photos.
São as dicas de Josbe Yario, Asscorsa of Trimedal. Credo.
# | (0)Muito desejei estudar no Yoyogi Animation Institute, na primeira metade dos 90. Desconheço muitas escolas do gênero e bem guardo o vídeo com a grade curricular, uma realidade demasiado distante para aquele acostumado à medíocre oferta de ensino. Um dia ainda faço a visita, mesmo que para roubar acetato. Rá!
# | (0)Fazia sentido, afinal, a minha atenção pela Eliane Lustosa, da Petros, dado o antecedente modelar. Mulheres maduras, cada vez melhores às pupilas.
E as executivas? Meu septuagésimo segundo fetiche, segundo a Price Waterhouse.
# | (0)Muitas e mais setas e pixels em promoção. Curiosa e previsível como sempre, é a postura up-to-date que assumem, reproduzindo soluções há muito saturadas. E o grosso do caldo webdesigner mantém-se irresponsável pela má interpretação do design de interface, caindo rotineiramente em tragédias anunciadas, à semelhança da não muito distante "Síndrome de Carson".
Orientar-se pela "moda" proclamada remete ao vôo dos patos, seguindo o grupo e aproveitando o vácuo. É necessário atrito, rapaz.
# | (0)Assusta trombar a cada brilhante edição do Abujamra, na Cultura. Monstro das maneiras, gestos e bocas ácidas entre entrevista e objeto, é uma aula de programação televisiva. Constrange lembrar o que se considera concorrente no terreno. És bruxo, gênio.
# | (0)Recuso a obrigatoriedade da socialização em seu ritmo e intensidade demasiado previsíveis, seja qual for a situação. A instância não condiciona qualquer indício perturbador ou passível de tratamento se a questão é natural, que do interior surge e vem ao modo de ação particular. Se há incômodo ao solitário por vezes, a verdade guia o momento à tendência, sem tragicomédia ou autopiedade. Fartei-me de alertas ou abordagens como um disparate na teia do relacionamento, já que os percentuais de carência destinados cabem ao íntimo.
E o gene ermitão que se carimba? Ignoro-o como tratado de propósitos da sociedade. Perfil? Fractal. Aos livros, a nomenclatura.
# | (0)Sonolento, alimentar-se e despertar. Ativo, comer e cair letárgico.
Salvo exceção, é o que acontece. Normal, Doutor?
# | (0)Lembro quando redigia cartas para instituições de design no exterior. Guardo o dia em que uma resposta chegou do Japão – entre os mais estimados em minhas consultas – apresentando um folder e carta em anexo, cujos poucos caracteres romanos aconselhavam "Sugerimos o conhecimento da língua japonesa para ingresso.". Sábias palavras.
# | (0)Raiva incontrolável? Animus necandi? Masturbe-se, coma, dê, escolha. Mas libere a energia.
# | (0)"Os oradores dão-nos em comprimento aquilo que lhes falta em profundidade."
Montesquieu.
Anterior fosse o Tratado de Não-Proliferação Nuclear, dona Barbara Bush teria ligado as trompas.
# | (0)Aprecio a campanha da Air France, discreta e conceitual. Nada de gritos e obviedades.
# | (0)De Kyushu, ilha ao sul voltada para a Coréia – fora Okinawa – minha nipo-querida Karen Meiko Nawa, leitora contumaz de Bauhaus na escrita local, envolvida por estudos de embalagens na cidade de Fukuoka, manda um relato fotográfico sobre a Feira Nacional de Doces em Kumamoto, evento quadrienal que reitera o compromisso e a seriedade com que os samurais tratam o tema.
Que maravilha.
# | (0)Concluída há pouco mais de um ano, a partida de Photoshop Tennis envolvendo este e o compadre Foresti, ganha um novo embate na arena do oponente.
# | (0)– "Eu gosto tanto desse cara, que eu queria ter comido a mãe dele, só pra ser meu filho."
# | (0)Insistir sem obrigação naquilo que desagrada diz mais ao problema interior, que ao objeto externado. Recalque comum, atinge em frequência alternada a todos. E há que não perceba.
# | (0)Pulhas! Alguns dos emoticons desenvolvidos para o Oi Xuxa, foram adulterados pela Telemar. Desrespeito, oras!
# | (0)Não aguento mais a questão "Qual o papel do designer?"
Al Jaffee, com a sua licença: Couché.
# | (0)Converso com o Mário, aproveitando a temporada caligráfica e ideogramática que remete a meu incipiente estudo, resumido a três aulas de japonês em 1994.
Admirador confesso do caos generalizado das capas de Mangá, vejo-as como um excelente contraponto a qualquer cânone diagramático, sem prejuízo funcional. É, paradoxalmente, Naïf e tecnológico.
# | (0)Ao que sintonizo o clássico Eu não sou cachorro não, Barney aparece sorrateiramente para uma ronda, retirando-se no exato momento que a letra canta a despedida.
Sintomático.
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