Chegou o novo convite para o fatÃdico anuário da Communication Arts. Há que invejar esse formato, convencendo milhares a desembolsar muitos dólares por um julgamento para uma eventual inclusão – uma seleção para cada ramo, como fotografia ou design – a ser comercializada mundo afora. Esse povo deve estar rico.
Quanto aos participantes…
Entrevista feita pelo grupo Funkeiros das Antigas:
FA – Sua música de maior sucesso foi o Rap do Silva. Essa música tem uma história real?
BR – Antigamente, havia muitas brigas e mortos na saida dos bailes. “Silva” é o nome comum à maioria dos brasileiros. Quis alertar que também tinham muitos pais de famÃlia que curtiam os bailes.
FA – Qual MC pode ser considerado o melhor cantor de Funk de todos os tempos?
BR – Não digo o melhor cantor, mas o orgulho da nossa geração, com certeza, é o Buchecha.
FA – O que você acha do Funk que segue uma linha mais pornográfica?
BR – Falta de criatividade.
FA – Você acha que a queda do Funk foi por causa da violência dos bailes de corredor?
BR – Somou, mas os DJ’s, e as músicas que tocavam, com certeza, incentivaram.
FA – Você acha que a pornografia e a violência andam de mãos dadas? Ambas podem prejudicar o Funk?
BR – Também não é assim, tem muita gente que teve o sonho de cantar e conseguiu. A violência é coisa de caráter.
FA – Você é casado? Tem filhos?
BR – Sim, há 13 anos. Minha esposa é a Sandra e meus filhos são Lohan e Lohana.
FA – No mundo do Funk, qual a história mais bonita/comovente que você já ouviu ou presenciou?
BR – A primeira vez que fui na Xuxa.
FA – Qual sua relação e opinião sobre os seguintes representantes do Funk:
Rômulo Costa – Independente de qualquer coisa, é um patriarca do Funk.
DJ Marlboro – Luxemburgo do Funk! Talentoso, tem visão, mas às vezes esquece de alguns jogadores.
Verônica Costa – Somou muito.
AlÃpio da Pipo’s – Muito gente boa.
Castelo das Pedras – Aproveitador, nunca faz.
Equipe Zz – A chave de entrada para as brigas nos bailes.
Disco Dance – Guerreira.
FA – Como é sua relação com os MC’s da nova geração?
BR – Boa. Para os bons de coração.
FA – Quais de suas músicas você acha que tem a melhor letra? E em qual das atuais você acredita mais para reencontrar o sucesso?
BR – “Está Escrito” e a nova “Tchau, Tchau!”.
FA – O que você acha dos RAPs proibidos?
BR – Depende. Alguns dizem a realidade, outros são só para puxar o saco.
FA – Quem deu a primeira oportunidade para você cantar em um baile?
BR – Rômulo e Verônica Costa.
FA – No tempo em que ficou afastado do Funk, o que fez, em que trabalhou?
BR – Vivi dos aluguéis dos meus imóveis.
FA – A que você atribui a queda que teve o Funk?
BR – Letras bobas e os DJs que tocam muita porcaria. O povo é funkeiro, mas não é burro.
Galera, muito obrigado pelo espaço e pelo carinho de vocês que acreditam no Funk de raiz. Um forte abraço.
Bob Rum.
– Às vezes eu prefiro a alienação, porque o cotidiano deixa qualquer um doente.
– Nessa semana foi clara a má fé. A manchete principal era sobre uma imensa cagada, enquanto, pequenininha, lá no canto direito, uma chamada comentava a diminuição da taxa de desemprego. Porra, não dá para inverter?
– Daqui a pouco anunciam doenças. Sucesso garantido.
Há um caminhão estacionado em frente ao Autódromo, em cuja caçamba repousam árvores com as raÃzes ensacadas, sob a faixa “Vendo Jabuticabeiras – produzindo!”
Ah, o comércio.
– Eu odeio quem fala “transmimento de pensação”.
– Eu, quem usa “trocadalho do carilho”.
Em uma das filas da Portaria 2, no Projac, pairavam novamente aqueles enormes músculos glúteos trazendo a proprietária a tiracolo; ambas as bandas, em vão livre como um projeto de Lina Bo Bardi e Figueiredo Ferraz. Com um roteiro em mãos, era natural imaginá-la como figuração em algum programa de terceira linha.
Entre os seguranças, insurgir era a ordem do dia.
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