20/08

E quando você é apresentado a alguém tão desagradável, que chega a interferir na sua percepção do primeiro?

– Se eu te fizer um pedido BEM estranho, você promete que não fica apavorado e desliga o chat na minha cara?
– ‘tá, não desligo.
– Deixando bem claro: não sou psicopata hahahaha
– “Há controvérsias”.
– Mas estou chegando à conclusão de que sou radioativa e não consigo me relacionar com ninguém. Hoje, especificamente, já aceitei o celibato. Mas, enfim… Se algum dia eu quiser me reproduzir, você me empresta um pouquinho de sêmem?
– …!
– Hahahaha pois é. Estou numa deprê profunda, achando que nunca vou conseguir ter um filho, porque, depois da briga de hoje, é provável que eu esteja solteira nos próximos dias. E já estou com 30 anos.
– Ah, 30 é idade boa.
– Já passou o pavor?
– Não.
– Hahahaha confesso também que você não foi o único a quem pedi a substância, hoje. É que realmente fiquei neurótica com isso.
– Já não sei se fico aliviado ou preocupado com os possíveis “candidatos” aos quais me equiparo.
– Hahahahaha pedi a amigos geneticamente maneiros, você incluso.
– Eu conheço? Não, porque eu não conheço ninguém maneiro.
– Hahahahaha gente com cérebro, em suma.
– Mas eu sei que você curte uma barriga, também. Aí, admito ser imbatível.
– Hahahahahahaha bom, acho que eu não toleraria bem um filho burro, por isso é geneticamente o que mais me interessa.
– Xô perguntar pra minha mãe.
– Hahahahahaha

19/08

Fermentando, tudo dá.

Com a pesquisa imobiliária, uma vontade é a de colecionar fotograficamente os elevadores.

No atletismo paraolímpico, é sempre estranho ver o guia na corrida.

18/08

Eu provavelmente usaria uma coluna jornalística para descrever cenas de rua.

O critério sobrevive à ebulição hormonal.

Há de ser algo.

17/08

Não há expectativa de e-mail que supere a da carta.

Em verdade, o neopentecostalismo só teme o blecaute.

Enquanto produzimos o clipe, não deixo de reparar em uma estrofe:

Mas ela mudou o itinerário
Trocou o obituário pelo atraso do avião

16/08

Verdadeiramente única. Sempre.

Dai-nos antiácido ao primeiro sinal de euforia globalizada, o discurso maçante e “descolado” que sempre se ilustra pela imagem do punk vizinho ao executivo no metrô.

Modernidade, essa erosão da primeira pessoa.

15/08

Sob o ponto de ônibus, uma sandália, a saia denim e os cabelos cacheados no conjunto em tom caramelo. A camiseta branca, justa, marca os seios fartos e a cintura; curvas pródigas rumo às pernas levemente torneadas. A pele alva revela uma face descansada.

E o tolo observador, enquanto pensa em um garoto qualquer para entregar o bilhete admirado, num elogio tímido em busca do qualquer-sorriso, vê o sinal abrir.

Microblogging, um sistema restrito a 140 caracteres, parece ser a nova moda, dizem.

E a Liv já associou ao meu “poder de síntese”.

Bacana.

14/08

Tijolos aparentes definem os extremos sociais.

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