– O Homem que copiava foi premiado?
– Em Cannes.
– A quantas anda a pomba-gira quÃmica?
– Hoje eu tô em casa, descansando.
– MEDO MEDO MEDO MEDO.
– Ontem, convoquei geral.
– Você está me assustando, juro (de um jeito bom, MAS AINDA ASSIM).
– Reuni Mauricio, Cassula, Mateus, a mestre cervejeira, uma menina de Curitiba e suas amigas, Carol… todos no Mofo. Depois fomos encontrar com o Gush no Herr Brauer, de onde saÃmos, eu e MaurÃcio, para o Lamas.
– CARALHOOOOOOOOOO Você e MaurÃcio no Lamas.
– MaurÃcio disse que nunca tinha visto isso, eu ligando, e duas vezes na mesma semana.
– Pois é, imagino o choque.
– Ah, também estava o Avelino.
– Meu Deusssssssss, Avelino junto. Ai, se alguém soltasse alguma faÃsca perto.
– Contei a todos sobre a medicação, dei o meu “testemunho de fé”.
– Hahahahahahahaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
– Eu esticava o braço pra cima e gritava “Ponderaaaaaa!”
– Meu Deus, tô imaginando a cena.
– Falei da noite anterior? Eu e Mateus na Lapa. Bar Brasil até fechar; Antonio’s; Taberna do Juca até fechar; e Nova Capela.
– E onde anda a mulher do Mateus, que deixa ele sair com uma má companhia como você?
– Encontramos uma amiga de faculdade que eu não via há tempos, com o namorado e a irmã, que eu não conhecia. Ela pegou a minha mão, falando que era sedosa e passando para a irmã, e, num piscar de olhos, já estamos abraçados, numa amizade louca, combinando programas futuros. Foi de humilhar o Cláudio.
– Hahahahahahahahahaha BOA! Até que horas têm sido essas saÃdas?
– Até as 4h, em média.
– E você aguenta trabalhar nas manhãs seguintes?
– Dá-se um jeito. Aliás, queria saber se essa reação é o “ânimo inicial”, apenas.
– Não é uma reação comum a de super-euforia, mas vamos ver como vai evoluir. Muito provavelmente vai se manter. Se não houver remissão dos sintomas, o tempo mÃnimo de tratamento é de dois anos.
– Eu entendo que estou puxando o ritmo, testando minhas reações nessa redescoberta. Com o tempo, devo baixar um pouco a freqüência social, sair da maratona.
– O que seria excelente, mesmo assim. Não precisaria ser o arroz da festa, mas que você gostasse de sair com regularidade, já seria o máximo.
– É engraçado, porque eu realmente tenho vontade de falar com as pessoas.
– Aproveita, fofo. As pessoas estão há anos com vontade de falar com você.
– Ontem, depois do Herr Brauer, passei em frente ao Mofo de novo e fiquei conversando com a garçonete; e, quando percebi, estava prestando atenção aos brincos dela, e pensando se elogiaria ou não. Para falar a verdade, nem lembro o que aconteceu depois.
– E se elogiasse, não teria feito nada de mais. Eu sempre te disse que você era o tÃpico caso de “Deus não dá asas a cobra”. Quem sabe, agora, a cobra voa.
– Olha a margem.
– Ainda abracei a mestre cervejeira, dizendo que era a minha melhor amiga.
– MELHOR AMIGA É O CARALHO!!!!!!!!!!! Melhor amiga de cu é rola.
– X|
– Nem vem. Pau no cu.
– X|
– Esse tÃtulo é meu (revolta) !
– Falando em caralho, como fica essa maldita falta de libido?
– Morri. Calma, vai ocorrer. E, como eu disse, o Pondera não impede, só atrasa.
– Haja musculação!
– Hahahahahahahahahahahahahahahahahahahahaha
– Ando doido para cheirar mulheres, cafungá-las.
– Tem uma medicação (que eu tomo, inclusive) que meio que “corta” esses efeitos deletérios sexuais, a Bupropriona. Quer que eu te passe?
– Ele não vai atrapalhar o Pondera?
– Não, inclusive potencializa.
– Não tô tomando remédio demais?
– Não existe algo como “remédio demais”.
– Manda ele junto com o uniforme de herói.
– Remédios são seus amigos.
– “Esta é uma mensagem do Laboratório…”
– Pode tomar sem medo.
– E é normal tremer mais, depois de uma noite de jaca?
– E como. O álcool sai do organismo, e o tremor volta pior. Normal, até esperado.
– Eu encho com as minhas infindáveis perguntas?
– Nãããããão, bonitinho. Você nunca me enche, cê sabe.
– A impressão é que esse meu “clima” faz com que eu apareça melhor para os outros, no sentindo do sexo oposto, mesmo. A pessoa se torna mais interessante.
– Cara, que vontade de chorar de emoção. Meu neném cresceu (OAM).
– Olha a margem.
– Finalmente você entendeu.
– É que eu não jogo xadrez, sou limitado.
– Hahahahahahahahahahahahaha
– O Avelino ficou desconfiado do remédio.
– Manda ele se fuder.
– Perguntou se ele não estimulava algo que não existia.
– Não, ele não cria algo. Ele só libera.
– E hoje eu contei para o meu pai, que ficou feliz.
– Que fofo.
– Conversamos durante o almoço, e ele disse que sempre tinha que puxar papo, mas que dessa vez eu comecei a falar. Aliás, ele comentou sobre a depressão que sente, mas que tenta racionalizar. Eu acho que não é caso de remédio, pela própria forma como o meu pai encara as coisas. Acho que é só uma fase, e ele pode sair naturalmente.
– No fundo, todo mundo acha que é deprimido. Diferenciar quem realmente precisa de remédio é que é o problema.
– Eu lamento essa “moda” depressiva, onde qualquer tristeza natural, comum, passa a ser tratada quimicamente, como se não fizesse parte da vivência, dos processos de cada um.
– Pois é, sou contra isso.
– Chat com você é sempre instrutivo!
– Hahahahahaha Eu sou a verdade, a luz e a vida.
– Ainda bem que você é MINHA AMIGA.
– Meu Deus, você me chamou de amiga. Vou te internar.
– Pondera!
Eu não entendo “Bom dia” ou saudação semelhante em e-mail.
Toda hora chove “o equivalente ao mês”. É hora de rever essas médias.
Valeria morder como a um quindim – ou pudim, pelo tom – o bumbum da Juliana Knust.
Desde o encontro com Naná Vasconcelos no banheiro do Nova Capela, entendo que a Lapa reserva o inusitado quanto o tema é o reservado. Pois que, recentemente, fazendo meu pipi, ouço do vizinho:
– Eu te conheço.
– Hm, acho que não.
– Você trabalha na tevê.
– Não.
– Trabalha, sim.
– Não.
– Claro que trabalha.
– Rapaz, eu não trabalho na tevê. Eu trabalho para a tevê.
– Ah, eu já fui jornalista. Pode ser isso.
– É…
E quando saio:
– Ei, não vai cumprimentar? – grita.
– ‘tá doido? Essa mão mijada?
Ligo para a microcervejaria:
– Por favor, o Tiago.
– Quem deseja?
– José.
– É a respeito de quê?
– Uma compra.
– Compra de quê?
– É da cervejaria?
– É.
– Pois.
Tino comercial puro.
Parei com as cenas deletadas nos DVDs: é como pedir ao maître um pires com as sobras do preparo.
É inspiradora a história de Edu e seu caseiro Brás, certa vez encarregado da desobstrução da fossa:
– Eduardinho, traz cachaça! – para mergulhar após o primeiro copo: O Homem Merda.
Virou o mote para determinados trabalhos.
A qualidade das câmeras de segurança parece anterior à sua própria existência.
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