Desejos são aspas sem miolo, que melhoram se assim permanecem. O imaterial é o que de maior nos atrevemos.
6/08
Desejos são aspas sem miolo, que melhoram se assim permanecem. O imaterial é o que de maior nos atrevemos.
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3/08
Muitas vezes há no óbvio, por definição, uma expressão do que não está claro para o atento. Como seus gestuais em tênues parábolas pelo ar do gramado, cortando a luz com o vazio do vento e o balanço em que há somente quadris. Essa regência que esmiuça o feminino parece corrigir o ambiente como a célula inicial. São elas.
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1/08
Durante a redação conjunta os olhos escorregam entre seu pescoço e a cintura, respingando pensamentos que àquela altura teimam em querer colo. A dura tarefa de tingir a racionalidade.
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9/06
Hoje o calendário vinca em meu nome. Pelo que jaz de momento; pelo que traz. Sob a eterna mastigação das sensações, vamos conjugando. É o tato, o palato, a nesga de Sol cinza pela janela ruidosa do quarto da frente. A sensação amorfa, inconclusa, talvez correta se assim houver o termo. Parabéns!
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30/03
O pontuado que pela respiração se define é o que sobra do marasmo das horas ou dias turvos, do que se perde angustiado, recolhendo-se a pensamentos repetidos e viciados sobre males desnecessários. Quando tudo é o que resta, o nada é que nos falta.
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9/03
É necessário um quê de frondosa. Para virar o rosto acomodando-se pelo ombro em suave malícia, os embaralhados dos cabelos escorregando desde os olhos até o limite dos nossos; movimento e engenho, engrenagem de provocação. As pálpebras que semicerram, as maçãs que sobem o sorriso e o resultado que pode.
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8/03
O necessário se dissipa no abraço de casulo, como que deixando a luz conjugar. Olhos nos olhos, nariz que resvala e chamego que arrasta; dois continentes para um todo formar.
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Uma planície clara como a cegueira solar faz da calçada um fundo infinito, não fossem ranhuras persistentes do calçamento português entre ilhas de metal-bueiro. Nos brancos e pálidos quase absolutos ela cruza solitária, desafiando os graus do verão com a blusa vermelha no contraste ensaiado. É o diminuto diante das construções que sustentam a aridez; também imprescindível em seu ondular de quadril. E passa.
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20/02
A pretensão do acaso sinaliza ao reproduzir as posições da semana anterior em uma prosaica fila de pães. Ali, sob a monotonia do cotidiano o assunto se fecha em suas neutras roupas, como também na face terracota e os castanhos que repicam em suaves carícias sobre o pescoço. Os olhos claros desconversam como que observados, nos poucos instantes que se prestam a grafar pensamentos do acanhado vizinho.
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Novos matizes sinalizam em seus olhos. A hora do dia é a mesma; a luz, cotidiana como o ambiente. Mas acontece de percebê-los com intensidade, como gemas num escuro profundo por onde o improvável topa. Os tons, esses e os já conhecidos; todos aninham-se com os arredores pálidos das órbitas, ou mesmo o rosa moreno que o sol imprime nas bochechas. Suas paletas. Há cores demais nela. 1/12
Duas fileiras e um corredor mediam a distância durante o voo, uma perspectiva de enquadramentos e conjecturas possíveis para aquele cenário que se revelava ao redor do assento: A escuridão dos cabelos pelos quais vazava a palidez, as sobrancelhas buscando o espaço, o silencioso tédio, o sortilégio; o abraço.
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20/11
Há muito saúdam-se curvas e contornos de qualquer natureza; havendo, no entanto, importante esquecimento quanto ao poder dos ângulos que interrompem caminhos e refrescam o percorrer do conjunto. São como incertezas cotidianas traduzidas na derme, daquelas prazerosas e que estimulam o tato, os carinhos, os fundamentos do afago.
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5/08
Quando o sol atina para a janela oposta, pela manhã, é que a luz atravessa a rua para explodir o brilho vivo das gemas pendentes, um quase candelabro entremeado pelo castanho das mechas. À maneira dos olhos, é o tom que inquieta e faz perder a letra naquele tanto que dela se espera. 11/05
Provérbios corroem-se pelo provável das relações familiares ou o nome que se dê ao epíteto da relação humana. Mas há momentos, evocações. Pois foi este encontro materno semanal a desdobrar-se em passado íntimo – se consideradas suas consecuções –, onde pela primeira vez nesses inconclusos 40 anos abracei a dimensão dos fatos e suas conexões; do inexorável até então obscuro. E poder ouvir de sua voz catártica, embargada, como um filme em clarão fantasmagórico; tudo isso deu brilho, amansou a alma e banhou as pálpebras. É que pela primeira vez, creio, dou real sentido ao papel da mãe. Que seja, então, delas e sempre.
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27/01
Não havendo o que dizer, contradisse-se.
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